quarta-feira, 28 de julho de 2010

"Você É o Máximo"

Tem várias coisas da essência humana que eu não entendo. Uma delas é essa necessidade de reconhecimento, que ninguém se salva.
Por que, afinal? Por que quando a gente faz algo bom, simplesmente não se conforma e fica feliz com isso? Tem que sempre ter alguém pra falar "parabéns! Você é o máximo" pra gente realmente sentir que fez a coisa certa?
Isso me incomoda muito. Porque muito disso eu vejo em mim, várias vezes. E não parece totalmente certo, nem totalmente errado.
Por exemplo, num trabalho (que geralmente é feito por obrigação) o que eu mais procuro é reconhecimento, seja da maneira que for. Se não aquilo, de obrigação, vira algo inútil e sem sentido. Algo assim também se aplica às ações voluntárias, mesmo que o reconhecimento venha de uma forma diferente. Um sorriso, um abraço, um "muito obrigado" funciona bem nessas situações, e até melhor do que qualquer quantia em dinheiro. O reconhecimento passa a ser um voto de gratidão, agradecendo o esforço e energia que você empregou para que algo acontecesse.
Por outro lado, reconhecimento excessivo se torna tão inútil quanto a falta de reconhecimento em alguma forma de trabalho. Parece que você vira uma criança, sabe? E daquele tipo mimada, que sempre precisa ter alguém do lado pra ir dando uma estrelinha do quadro a cada coisa boa que fizer.
Isso é patético. Tudo isso, em ambos os lados.
Talvez o que a gente precise é ter consciência do reconhecimento externo e interno. O externo, feito por outras pessoas, pode ser muito bom e necessário, porque é um estímulo a continuar se esforçando e fazendo ago direito. O interno pode ser melhor ainda, porque faz parte daquela consciência interna de que você fez a sua parte, não importa quem reconheça ou saiba. Essa pode ser a mais nobre das ações, sem esperar nada em troca. Mas, também, acho que esse tipo de ação e consciência exige uma auto-avaliação muito forte e sólida. E, sinceramente, hoje em dia é quase impossível desenvolver essa avaliação sozinho, sem uma opinião alheia que te faça seguir em frente e acreditar nos seus ideiais.

No final, quem vai encarar as consequências das suas ações é você mesmo, não outra pessoa. Portanto, não sei se esse reconhecimento é tão necessário, já que o outro não tem por obrigação saber o seu esforço, muito menos de ficar te empurrando pra frente toda hora. Acho sim que o reconhecimento é necessário quando se chega naquela parte do caminho que, como qualquer ser humano, você tem dúvidas. Porque questionar faz parte da auto-avaliação, do crescimento que todo mundo precisa passar. E pra responder essas dúvidas, sempre pode ser bom olhar pra dentro, pra si mesmo, mas também pra si memso inserido no mundo. Porque, querendo ou não, ainda vivemos numa sociedade. Ainda tem alguém que se importe com você e vice-versa, mesmo que seja a tua mãe. E por incrível que pareça, são essas as pessoas que podem realmente nos ajudar a crescer.