quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Chacoalhada

O ano chega e vai embora cada vez mais rápido. O tempo se mostra o mesmo a todos, mas ao mesmo tempo se finge de amigo para entrar na nossa casa e roubar nosso prazer em nos divertirmos. E assim a vida leva, corre, corre, voa, cai, levanta...e a gente com ela. Parece não ter fim.

Mas o fim está no início da nossa conciência como verdadeiros protagonistas desse mundo. Não tem tempo? Arranje. Sonha? Realiza. Perdeu? Te mete a procurar. Tá na hora de assumir a nossa culpa, a nossa responsabilidade; antes do “mas”, antes de culpar as circunstâncias. Está tudo certo. Está tudo de acordo com o planejado. 

E quem disse que é você quem planeja? Deixemos coma Vida o plano. Nos cabe perceber qual é esse plano e realizá-lo. Larga essas rédeas imaginárias que só o que fazem é restringir a força de transformação do teu coração. Larga do que era supostamente pra ser e te entrega a o quê vier. E isso não é aceitar e se conformar com qualquer coisa que vier. Isso significa ter o poder de transformar tudo que cruzar teu caminho em algo divino, que celebra a vida e faz evoluir.
Tira a bunda do sofá. Tira a cabeça da miséria. Bota a mão na vida e acontece junto com ela.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

All Things Bright and Beautiful

Perto do fim, quando você sabe que sentirá falta de cada detalhe, tudo ganha um brilho diferente. A luz ofusca os olhos, mas ainda assim não deixa de ser linda.
Perto de novo começo, e quando você espera por isso a tempos, tudo parece
incrível. Tanto deslumbre também cria sonhos infinitos, mas que ainda assim não deixam de ser possíveis.
E agora?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Carreira

Sempre acreditei muito no poder das palavras.
Mas isso somente se ambas as partes falarem a mesma língua.
Resolvi ser tradutora.
Daí percebi que a todo momento cada um está no desenvolvimento constante de uma linguagem própria e única, sempre com novas e surpreendentes interpretações.
Logo, hoje sou professora.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Toc Toc Toc

- Vamo ser feliz e pronto...
Alguém bate a porta, como se ecoando às reticências.
- Oi, alguém pediu uma entrega?
O alguém entra, aproveitando a porta entre-aberta.
- AQUI!
Respondeu ela, já sorrindo naturalmente, recebendo o desconhecido de braços abertos
.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

É como andar de carro...

É engraçado como parece que as aulas teóricas na auto-escola simplesmente adoram aquele terrorismo psicológico para "conscientizar" futuros motoristas contra acidentes.
Mas foi nessas aulas que percebi o terrorismo que eu muitas vezes aplico a mim mesma.
Diz a regra: ao avistar um obstáculo a frente, foque na rota de fuga, não no obstáculo em si. Dã, óbvio, né.
Será?
Na direção, minha primeira reação ao ver um buraco: "Lá vem o buraco, lá vem o buraco, lá vem o buraco, desvia, lá vem o buraco, lá vem o buraco, lá vem o buraco...". O medo de cair no buraco sem não conseguir ignorar que ele está ali não me deixa pensar claramente na rota de fuga.
Resultado: "Vai acabar com o amortecedor desse jeito, Grazielle!"
E quantos buracos será que o carro ainda aguentaria? Quantas vezes ainda precisaria passar ali até aprender que desviar é preciso?

Sinceramente, não quero saber das respostas. Só quero cuidar bem desse carro. Tem tantos lugares e coisas incríveis pra se ver além do buraco... Pra quê insistir em testar o amortecedor?

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Essa Tal de Carência

Não sei vocês, mas acabei percebendo essa minha necessidade de estar entre pessoas.
Sempre gostei da ideia de ser auto-suficiente, de ter minhas coisas, meu espaço e realmente apreciar a solidão. Gostava tanto, que minha adolescência inteira se resumiu em simplesmente estremecer ao sequer pronunciar a palavra "carência". Até um dia acreditei que eu nunca ia gostar de cafuné.
Hoje percebo essa carência em mim, com alguma surpresa e inicial relutância. Mas não tem jeito. Gosto de ser cuidada sim, gosto de atenção, adoro que me escutem e me permitam compartilhar com amor e interesse todas as minhas ideias loucas. E quem não gosta?
Mas não me sinto uma carente egocêntrica. Prefiro muito mais suprir essa carência cuidando dos outros, ouvindo histórias, pensando em formas para surpreender e alegrar as pessoas.
Cuidar dos outros também é uma forma de cuidar de si mesma. Não existe alimento melhor pra alma do que se sentir útil num sorriso alheio.
Parece que, finalmente, não enxergo minha carência como algo ruim. Faz parte essencial dessa pessoa nova que cada dia descubro mais em mim.
Mas, por outro lado, tenho o desafio de fazer com que o meu próprio colo, minhas próprias palavras e meu próprio silêncio sejam minhas melhores companhias sempre.
Prazer, meu nome é Grazi.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Castelo

Admiro muito o poder do "re". Recomeçar, refazer, regenerar, renovar. Para por um fim é necessário coragem. Não é fácil admitir que todo o esforço, todo cuidado e amor não mantém mais o castelo de areia de pé.
Mas esse fim é incompleto e perde sua função sem um recomeço. E não
tentar recomeçar o mesmo castelo que o mar ou você mesmo destruiu. É começar do zero, repensar o que passou, repensar as atitudes. Se reconstruir.
Essa reconstrução pode levar tempo. É dói. Ah, dói. Dói ver que nem
querendo o castelo vai voltar a ser o que era. A reavaliação interna é tamanha que os mais diversos questionamentos aparecem. O maior deles, sem dúvida, é se perguntar se realmente havia um castelo ali. Ele era realmente tão grandioso? Esse mesmo que só uma ondinha levou?
As respostas também podem levar tempo a chegar. Mas só o questionamento já  traz por si só a maior resposta de todas, que você na verdade nunca
sequer perguntou pra saber: o maior castelo, o castelo de verdade, está dentro de você.
E agora, mais do que um castelo, ele é uma fortaleza.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Copo D'àgua

Qualquer um que já passou por um drama não aguentou mais. Qualquer um já teve que desabafar pros amigos. E qualquer um já teve que ouvir a famosa "não faça tempestade em copo d'água".
Entendo que todos que dizem isso só querem que o amigo dramático supere logo seu problema e veja as coisas belas da vida. Mas muitas vezes sinto que esse ditado mais diminui a relevância do problema do que aumenta a importância de todo o resto em volta dele.

Eu penso diferente. Acho que dentro da cabeça de cada um, todo problema é relevante e válido. Tudo depende de cada um, da maturidade e da percepção pessoal. Falar que o problema é pequeno só nos faz sentir ainda mais inúteis e impotentes.
Mas ainda assim, acredito que é possível entender a tal "tempestade".
Porque a tempestade não é o problema em si.


Tempestade é achar que estamos sozinhos. É achar que entre as 6 bilhões de pessoas que vivem no mundo, ninguém nunca passou por algo assim ou se sentiu assim. É achar que não vale a pena se abrir, porque ninguém vai entender. É alimentar a dor no isolamento.
Na verdade, todos nós temos que superar. Todos nós temos que esconder as lágrimas por trás de um sorriso para conseguir, no mínimo, ter um bom dia de trabalho. Todos nós temos que aguentar firme.
É difícil ver o namorado sair de casa sem entender. É difícil estar grávida no auge dos 21 anos. É difícil acreditar no amor de novo depois de um casamento de 15 anos. Da mesma maneira que milhares de outros problemas vão ganhar a proporção necessária, pessoal e intransferível na vida de cada um, para que esse indivíduo cresça e entenda seu propósito e sua essência.
A tempestade é interna. O copo nos isola dos outros.
Não estamos sozinhos.
E todos vamos superar.

domingo, 14 de outubro de 2012

Quatro falas, uma verdade

- Eu nem sei mais por quê eu choro. É como se tivessem tirado um pedaço de mim.
- Ninguém pode tirar de você o que é seu de verdade.
- Então por que ainda dói tanto?
- Porque você achou que era.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

É como andar de bicicleta...

Sempre fui um pouco cagona.
Sabe aquela emoção de soltar as mãos do guidão da bicicleta sem cair?

Sempre vivi bem sem a menor curiosidade de saber como era essa sensação.
Até agora.
Mas não é fácil me desapegar do passeio confortavelmente previsível de
segurar a bicicleta com as duas mãos.
Então, comecei com uma mão só, tentando arrumar o fone de ouvido. Bingo! Quando me
dei conta, já estava me sentindo tão confortável quanto antes, mesmo sem ter total controle.
Mas a segunda mão... Bem, é um projeto em andamento. Até agora,
consegui afastar as duas mãos uns 5cm por uns 5 segundos.
Ei, é já uma vitória!
Um pequeno passo para a humanidade, mas um grande passo para um coração a
procura de novas direções.
Uhu!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Símbolo


Afinal, é o que você representa? Ou o que você é?
Do que sinto falta?
Você era simplesmente o plasma dos meus desejos ou o que me fazia feliz simplesmente por ser?
Quando a solidão bate, nem sempre é tão clara essa distinção.
Mas quando me bate a saudade das manias simples, da conversa, da palavra, das mãos, do sorriso, do jeito...
Você é claro pra mim.
Não como um óbvio, mas um algo que me passa algo diferente, que me faz pensar em ser melhor.
Você é apenas um símbolo do que eu gostaria de ser.
E, ao mesmo tempo, a realidade do que eu gostaria de ter comigo.

domingo, 30 de setembro de 2012

Deixa

Deixa a vontade de passar. Deixa o momento passar.

Deixa o telefone pra lá. Deixa a internet sem olhar.
Deixa a lágrima cair. Deixa a tristeza afundar.
Deixa o corpo ceder. Deixa a dor se espalhar.
Deixa a mão coçar. Deixa o coração apertar.


Deixa a presença ausentar. Deixa a lágrima secar.
Deixa a dor passar. Deixa a falta pra lá.
Deixa a vida continuar...

E aceita.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Pare. Não fale. Escute.

As vezes é difícil ouvir sua voz interna. Ela não grita ou faz escandâlo para ser percebida. Fica sussurrando, como água corrente numa caverna, silenciosa, etérea e constante, esperando pelo momento da calmaria, quando todo o superfluo se cala. Só então pode-se ouvir suas palavras de amor e paz, que vive incondicionalmente dentro de cada um. Para nunca mais deixá-la sem resposta.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Puro

Adoro aqueles momentos de verdade pura em que você me deseja, me beija, e nós dois temos a certeza de que nada pode ser mais forte.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Canção

Não seria bom ter uma canção apenas sua?
Ela é sua, sobre você e mais ninguém. Ela não te lembra de nada. Ela te completa. Ela te expõe, te esconde, te protege.
Seria bom saber a minha melodia. As minhas notas, as minhas variações, os meus acordes.
Mas de nada tudo isso adiantaria, se não houvesse as suas mãos para tocar.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Arquivos x Memórias

Não seria mais prático se fossemos como um HD?Arquivos podem ser deletados, e alguns até recuperados, à vontade."Não desejo mais isso em mim", ctrl+del, adeus. Foi, passou, superou, esqueceu. E o melhor: com espaço liberado para novos arquivos.
Mas não. O cérebro humano se dá ao luxo de não esquecer. Ou melhor, de não esquecer o que mais dói. Como se isso fosse conveniente. Como se eu quisesse me lembrar de detalhes, de brigas, de coisas faladas por falar... E sempre nunca estando prevenida ou esperando por isso. Por quê? Pra quê?É pra lembrar de não fazer de novo? Pra importunar? Pra não te deixar começar de novo?
Mas há uma faísca de otimismo que também não se apaga facilmente. Ao contrário do HD, meu cérebro armazena cada vez mais memórias e arquivos.
Meu espaço é infinito, minhas possibilidades não tem limites. Essas são limitadas apenas pela força do meu coração. E é ele que me faz entender que não posso apagar arquivos, porém, posso sempre melhorar meu ponto de vista em relação a eles para perceber que sou sempre mais forte do que imagino.
Que tudo que eu passei e sobrevivi não foi em vão; foi apenas do que eu precisava para saber do que sou capaz.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cansaço sonhador

Às vezes fica difícil. Não dá vontade de fazer outra coisa.
A vontade é se entregar, deixar doer, deixar de lutar.
Mas aí me lembro que somos nós dois. Que você precisa de mim inteira para não desistir, e eu preciso de você inteiro para continuar.
E que nós estamos juntos pelos nossos sonhos e não podemos parar de sonhar.