sábado, 26 de outubro de 2013

Impulso

Cresci tentando aprender a não ser impulsiva. "Impulsividade é coisa de gente irresponsável", dizia minha voz ditatorial interna, "Devemos pensar e repensar atitudes, para então trazê-las à ação."
Será?
De quais atitudes estamos falando? Quais impulsos? Até que ponto esse pensar e repensar pode estar nos restringindo de perseguir o quê realmente desejamos?
Minha voz essencial mais profunda me diz o contrário: "não pensa; sente."
Mas sentir de verdade. Fazer calar todas as outras vozes, vozes dos outros, vozes que nos calam, vozes que não correspondem com a nossa essência de amor e carinho para com nós mesmos. Sentiu? Agora sim. Pode deixar fluir, persegue, busca. Vai até o fim.
Porque esse não é mais um impulso de qualquer falsa crença tua ou de outra pessoa. Não é um impulso do teu orgulho. Não é um impulso do teu ego.
Esse é o impulso que realmente segue seu propósito maior: impulsionar, pra cima, pra frente, pro mundo. 
Pro universo.

domingo, 20 de outubro de 2013

É Como Andar de Bicicleta (Parte 2)

Algum tempo atrás, soltar as duas mãos do guidão da bicicleta era como superar um medo. Na época, consegui soltar uma mão apenas ou ficar alguns míseros segundos com alguns míseros centímetros entre as minhas mãos e o controle da bicicleta.
Hoje resolvi tentar de novo. E, longe de qualquer medo, me diverti. Sem as mãos. Cair de cara no asfalto? Bater em alguma árvore? Que nada. 
Foi como houvesse a mão de uma outra pessoa guiando a bike pelo caminho certo, como meu pai fazia ao me ensinar a andar sem rodinhas. Enquanto eu continuasse pedalando, o destino era certo.
Entreguei o guidão ao vento para finalmente ter minhas mãos livres.
E abracei o mundo.