quinta-feira, 18 de julho de 2013

Warped: Anormal

Na minha crise adolescente de 2004 ou 2005, eu comecei a sentir que eu poderia ser diferente. Não mais especial, não melhor ou superior às outras pessoas; simplesmente querer coisas diferentes do que TV, revista ou várias falsas crenças me diziam. Não era normal.
Sem entender ao certo o que eu estava sentindo ou como lidar com isso, a música me entendeu: Taking Back Sunday, My Chemical Romance, The Used, Yellowcard, Paramore, Underoath e Story of the Year... Poucas pessoas entendiam o que eles cantavam/gritavam ou daonde que eu tirava tanto tempo pra descobrir tantas bandas novas e bem desconhecidas. Mas eu não me importava. Enquanto houvesse eles para cantar e falar por mim e pra mim, eu não estava sozinha.
Daí descobri que praticamente todas essas bandas se encontravam num festival que rodava os Estados Unidos inteiro durante o verão. Pronto. A tal Warped Tour se tornou meu sonho. 

Quase 10 anos depois, a música se tornou muito maior na minha vida e me ajudou a entender e acalmar tudo que eu sentia. Mas as raízes ficam pra sempre. Então, no último final de semana fiz questão de botar isso a limpo. Só de pisar numa Warped Tour já foi um sonho realizado, mas o que eu vi lá foi algo além do que eu sonhava.
Vi gente como nem eu, que cresce e mantém a juventude a qualquer custo. Vi adolescentes como eu mesma fui. Vi gente surpreendentemente mais louca do que eu. Mas todos... "outsiders": gente que não se encaixa em nenhum padrão, mas que não está sozinha. E, acima de qualquer rótulo, gente disposta a fazer cada segundo valer a pena.
E nós fizemos.
Cada banda nova ou favorita há tempos que subia no palco carregava a mesma mensagem com a nossa voz sendo cantada. A voz que diz que todos somos especiais, destinados a mudar o mundo de alguma forma que vai muito além do dinheiro ou das aparências. A voz que grita que, sim, o mundo muitas vezes é nojento, revoltante e frustrante. Mas o mesmo mundo dá abrigo a pessoas que nunca deixam a esperança, a gentileza e o amor morrer.
O festival é uma celebração a essa voz, dando acesso a todos que queiram ouvi-la.

No fim das contas, ver e conhecer meus artistas preferidos foi um detalhe em função de uma missão maior que eu mesma desconhecia. Finalmente, não só entendo e acalmo esse meu sentimento "outsider", mas fico em paz com ele. Conquistei e encontrei a minha voz, que não é só minha. 
E por mais que tentem, por mais que não nos entendam... não iremos nos calar.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Boa Educação

Eu preferi outro caminho.
Quando parecia mais fácil seguir em inércia, me tirei da cama pra ver o sol na janela.
Quando era mais confortante ter os que eu amo por perto, quis conhecer quantas mais pessoas eu poderia vir a amar.
Quando era mais seguro ficar em casa, achei melhor sair da asa da minha mãe.
Quando o mundo pareceu simples demais, preferi complicar. 
Ou seria o oposto?
O caminho que eu escolhi foi dos mais difíceis pro meu coração, mas tudo só pra poder finalmente sentir como a vida pode ser bem mais simples.
E não importa o lugar, as pessoas, a circunstância...
Estou no processo constante de educar meus olhos a ver a beleza e a infinitude do universo e de mim mesma.