terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sob controle (ou não)

É sempre mais fácil pensarmos que estamos no controle da situação.
Que com apenas um gesto seu, um decisão sua, toda a cena muda de lugar.
Quem dera.
Quem dera que realmente pudessemos controlar assim o nosso destino. Que, mesmo que cometessemos erros, pudessemos escolher qual deles é o melhor. Ou o menos pior.
Mas, talvez, todo possível esse controle na verdade seria em vão.
Por ainda mal sabermos o que nos faz melhor.
Por não saber ainda o quão significantes são as decisões quando se trata do destino da nossa vida. Da vida dos outros.

sábado, 29 de novembro de 2008

Fragile things

"A heart is a fragile thing. That's why we protect them so vigorously, give them away so rarely, and why it means so much when we do. Some hearts are more fragile than others. Purer, somehow. Like crystal in a world of glass, even the way they shatter is beautiful."

(Everwood, Episode 218 - "Last Looks")

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tateando no Escuro

A Viviane.

Cinco da tarde, uma tarde ensolarada. Livro, chaves, passagens. Peguei tudo, não esqueci nada. Abri a porta. Não abri o portão. Uma moça passava pela calçada da frente e dois moleques
passavam logo atrás dela. Olharam pra mim. Olhei pra eles já desviando o olhar. Eram do tipo suspeito que eu sairia correndo se os visse pelas minhas costas. Hesitei pra abrir portão, fingindo que procurava algo no livro.
Nem 15 segundos se passaram e a moça já gritava por socorro enquanto a agrediam na covardia de levar sua bolsa. Eu assistia à cena cruel. Apenas na sensação agonizante do medo que paraliza todos os seus músculos. Essa cena foi ainda mais rápida e logo os dois estavam a correr.Podia vê-la mancando na tentativa de correr atrás deles e ouvir seu choro de desespero.
Demorei alguns segundos para me mover e começar a pensar.
Ligar pra polícia? Duas vezes já liguei para ocorrências ali e até hoje estou esperando uma viatura passar. Totalmente inútil. Chamar ela pra entrar. Um copo de água, uns telefonemas, um dinheiro talvez. Acenei num gesto para ela vir até mim , que ainda estava do lado de dentro do portão. Acho que ela não me viu. Foi quando um fusca parou para entender o que acontecia que eu pude sentir de novo minhas pernas e sair dali ao encontro da moça.
Tentei acalmá-la sendo otimista, dizendo que poderia ser muito pior. Ofereci qualquer coisa que ela precisasse de dentro de casa, mas o choque de perder tudo que havia de importante naquela bolsa parecia a dominar por dentro. Ajudei a descrever os sujeitos para a mulher do fusca, que agora terminava de falar com o 190.
Aos poucos outras duas ou três pessoas também foram chegando, mas naquele impulso humano da curiosidade de ver um desastre de perto. Não paravam de comentar dos perigos da vizinhança, enquanto eu imaginava que isso de nada iria ajudar no desespero da moça. Senão piorar sua situação. Mas ainda assim tentavam se informar do que poderia ser feito.
"Teu marido não tem celular pra gente pedir ajuda?"
"Eu não sou casada, não tenho marido". Pelo silêncio, acho que quem perguntou não esperava essa resposta, ainda mais depois que ela disse que tinha 39 anos. Até nessas horas um pensamento tradicional conservador não escapa.
"Mas e tua mãe...?"
"Mãe pra quê, só pra dar preocupação pra ela? Família é uma droga...Eu sou sozinha mesmo."
Essas últimas três palavras que me tocaram. Queria ter dito a ela que não estava sozinha, que nós estávamos aqui pra ajudar, que Deus não nos abandona. Mas...nem eu mais tinha tanta
certeza se essa força divina realmente existia, e duvidei se a presença de uma menina de 19 anos, sem carro ou qualquer outro meio de ajuda maior poderia ser considerada como "não estar sozinha".
Quando ela disse que tinha uma casa construindo por perto, com alguém lá que poderia ajudar, eu preferi não pensar duas vezes.
"Qual teu nome?"
"Viviane."
Me mostrou a direção e eu saí em disparada procurando uma ajuda, um rosto amigo pra Viviane. Uma esperança pra quem sente que a vida estava dentro de uma bolsa.
"O senhor é o André? A Viviane precisa da sua ajuda". Corri para tentar acompanhar o carro das três pessoas que poderiam realmente ajudá-la.
Logo a colocaram no carro e o resto das pessoas que estavam ali se dispersaram. Esperei mais um pouco. Queria indicar um posto médico para os machucados e a delegacia para fazer o B.O.
E, mesmo mal conhecendo direito as ruas da cidade, de algum jeito alguém pôde compreender para que eles soubessem aonde ir.
Todos já estavam no carro e eu ainda sentia que poderia fazer mais por ela.
A abracei.
"Você não está sozinha, tá?"
Eu disse o que realmente sabia e tinha certeza. Queria que ela também estivesse certa disso. E talvez seja por isso que, mesmo que algumas horas depois, eu ainda sinta que podia ter feito mais para a Viviane. Mostrar pra ela que por mais que estejamos todos no escuro, tateando sem saber a quem procurar, a o quê nos apegar, estamos todos no mesmo barco.
Estamos todos juntos e ninguém fica pra trás.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Never take friendship personal

A mesma sensação persiste.
Por trás das aparências, sempre há interesses.
Sempre há o ego, o egoísmo, o falso altruísmo.
A lealdade que não tem verdade o bastante para ultrapassar as barreiras do orgulho.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Detalhes

Cada obstáculo é uma prova.
Cada palavra é uma intenção.
Cada visão é uma tortura.
Cada amor é uma dor.

Cada sorriso é uma vitória.
Cada amigo é uma raridade.
Cada prazer é um êxtase.
Cada amor é uma razão de viver.

Cada lágrima é uma decepção.
Cada lágrima é de felicidade.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"X"

Procuramos por algo sem saber o quê.
Numa sede insaciável, buscamos o desconhecido, o misterioso, o fantástico. O incrível que salvará o que temos de melhor e mandará para longe todos os problemas.
Mas a salvação pode estar justamente naquilo que, com medo, tentamos evitar.
No amor? No ódio? Na morte? Na vida que deixamos de lado?
O fim da busca pode estar naquilo que mais teimamos a aceitar.
No que temos de mais puro e nem tão frágil quanto imaginamos.
Nós mesmos.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Imortalidade

Não me tirem minha única certeza.
Não me tirem a incerteza de quando a certeza se concretizará.
Não me tirem a vontade de viver como se esse fosse meu último segundo.
Não me tirem a vida eterna em cada marca que deixei nos outros.
Não me tirem a fragilidade da vida.

A melhor maneira de salvar uma vida é dar a ela a certeza da morte incerta.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O desejo

Um dia lhe disseram que no fundo do poço tem uma mola, que nos impulsiona para voltar à superfície.
E nunca ele desejou tanto estar acabado, sem forças pra lutar, cansado. No fundo do poço.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

It´s not faith if you´re using your eyes

O erro pode estar na fé.
Em acreditar na previsibilidade da vida.
Em ter fé que um dia o s0nho acontece, sem temer o imprevisível.
O erro está em ser destemido.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Abstração

É preciso acreditar que o dia seguinte será melhor que o de hoje.
Mesmo sabendo que muito provavelmente ele não vá ser.
Mesmo que tudo pareça longe demais.
Ou eu é que estaria me isolando de tudo?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Durmo num quarto estranho

Sem você esse quarto não é meu, não é seu.
Nosso quarto se torna apenas um objeto estático, que eu não sei como usar.
Objeto que só serve pra me lembrar, ainda mais, a cada segundo, da falta que você faz do outro lado da cama.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

E lá vamos nós de novo...

- A avaliação da cadeira vai ser uma monografia no fim do semestre. Eu tô pedindo úma única monografia, gente. Sobre o assunto que vocês quiserem, até 30 páginas.
- Pô, só porque eu queria fazer 3 monografias, de 60 páginas cada. ¬¬

Se mata.

domingo, 27 de julho de 2008

Preto e Branco

Chega de pensar no que não me aconteceu
Nem vou mais pensar no que me espera
Vou apenas buscar quem sou eu
Seja lá o que o destino me reserva

Não vou mais repassar filmes antigos
Em preto e branco relembrar meus inimigos
Vou agora jogar fora meus rancores
E enxergar meu presente em cores

Cansei de me perguntar sem parar
Quais conhecidos me querem por perto
Prefiro escutar quem saiba me decifrar
Não vou mais me preocupar com o incerto

Chegamos então ao ponto crucial
Para dar fim a todos os sintomas
E acabar com essa fase experimental

Entendo, enfim, que sou eu meu impedimento
E espero um dia poder olhar pra trás
Sem dor ou qualquer arrependimento
E sem medo de me perder da minha paz

Vou erguer a cabeça e olhar para o alto
Sentir que até é melhor nada ser exato
Olhar para o que me está acima
E sentir que algo pode ser maior que a vida

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Onde o coração está

Meu coração está em cada noite adolescente mal dormida nessa cama.
Meu coração está em cada tarde entediante em frente a essa tv.
Está em cada petulante nova espinha que adorava me encarar através desse espelho.
Está em cada choro descontrolado nesse colo milagroso de mamãe.
Está em cada briga entre irmãs que esse computador já rendeu.
Está em cada roubo de comida que a cachorrinha aprontava nessa cozinha.
Está em cada noite estrelada vista desse quintal.
Meu coração está em cada almoço de família que terminava em briga todo domingo.
E até naquelas refeições que pareciam passar em branco, com um silêncio pairando no ar.
Está em cada "desculpa" que morreu na garganta depois de uma briga.
Está em cada risada incontrolável depois de alguma piada de vovós.
Está em cada todas as horas em que eu podia estar perto dos que amava e nem me dava conta disso.

Lar é onde o coração está.
E o meu coração está em todas as lembranças mais remotas, mais sutis, que, de um jeito ou de outro, fizeram de mim quem sou hoje.
Está em todos os detalhes desse lugar que é insdestrutível e imortal dentro de mim.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

SUBP

Síndrome da Última Bolacha do Pacote.

Comum a mulheres TPMísticas, mas nenhum de nós parece estar livre.
Mas dizem que endorfina é um antidepressivo natural.
Que tal pular corda?

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Previsão do Dia

Horóscopo para Touro:
"Hoje é um dia repleto de paz e harmonia e você poderá colocar em dia muitas coisas que tem deixado para depois."

Sério, ou os esotéricos que me expliquem essa, ou o Terra tá pagando alguém pra mentir. Não acredito em horóscopo. Mas sabe que se tivesse um "inferno astral: não vá trabalhar, passe o dia em casa, sem se estressar a toa e tendo o chocolate e a tv como seus melhores amigos" eu até ia dar mais crédito pra coisa?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tentação irônica

Até soa irônico o Caio Fernando Abreu ter largado da faculdade de Letras pra seguir carreira de escritor.
Mas depois que você tá no curso, fica bem mais compreensível essa atitude. E isso só deve ter beneficiado ele, já que seus livros foram fenômeno de venda nos anos 80.
Fim de semestre ele vira tipo uma inspiração pros alunos, sabe?
Vou tentar ser mais clara:
http://hellofabest45.hyperphp.com/
That´s college!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Post Scriptum

E o imperfeito é o que mais me ensina e apaixona.

"Só se ama o que não se possui completamente."
- Marcel Proust

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O outro lado

Você também quer se olhar no espelho
E enfim sentir-se completo?
Então escute esse conselho
Nenhum relacionamento é perfeito

A vida impõe escolhas
De longe parecem simples
Mas experimente senti-las
E você pensaria 2 vezes

Afastado, tudo é romântico
De perto, o caminho é estreito
Um passo em falso é o preciso
Para um adeus ao mundo perfeito

Sobrarão motivos pra sorrir
Mas prepare lágrimas pra chorar
Se você não quer que tenha fim
Está disposto a se sacrificar?

_________________
A minha homenagem ao dia dos namorados. (:

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Essa luta não é minha

Não me venha com suas lágrimas
São inúteis entre tanta decepção
Já me basta resolver a minha vida
Encontre sozinho sua própria solução.

Não lamente.
Não preciso de lamentações.
Não se explique.
Não me importa mais suas intenções.

Não me diga que não é capaz
Não me diga que não agüenta mais
Todos nós sangramos também
Lute pelo seu próprio bem

Pare de sentir pena de si mesmo
Apenas se encare no espelho
E então, sem medo, tenha fé
Na pessoa que você realmente é

segunda-feira, 2 de junho de 2008

"Forget about you and your stupid problems and let the music take you there."

O Sobrevivente

Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.

Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.

Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.

(Desconfio que escrevi um poema.)

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 27 de maio de 2008

Sincronia Diacrônica

Me desculpe, não posso esquecer.
dos erros que cometi
dos dias que eu nunca vivi
E dos dias que eu preferia jamais ter vivido.

Lembranças que enterro longel da memória
Uma hora ou outra reaparecem sem eu notar
E na minha mente se repete a história
Que o tempo insiste em não apagar.

Basta um olhar para reviver tudo
Todas as brigas em que te machuquei
Todas as minhas noites acordada no escuro
Todas as chances que eu desperdicei

E o passado confronta o presente
Lutando pelo controle da minha mente
Enquanto o futuro me aguarda
Para enfim eu conhecer uma nova estrada.

sábado, 17 de maio de 2008

Presentes e Presenças

Acordo com um gosto diferente na boca. Agradável, logo às 7 da manhã. Algo especial? 13 de maio! Uau, 19 anos anos de vida completados, então.
Geralmente esses dias tem sempre o mesmo gosto pra mim. Parabéns, felicidades, blablabla, obrigada, blablabla. Mas acho que o gosto diferente desse não é só acaso. Será por esse ser meu primeiro aniversário longe da família e uns amigos do peito? Seja o que for, melhor eu acordar direito antes de qualquer reflexão.
Que tal mais uma hora de sono? Maravilha.

Agora assim acordemos realmente. Banho e pasta de dente não mudam ou tiram o gosto diferente. Teria sido a sensação de ser lembrada pelo dia "especial" logo após a meia noite, antes mesmo de dormir? Não ouvi blablabla´s de mãe do telefone. Ouvi palavras. Aquelas de amor que com a distância tomam proporções imensuráveis. Enfim, melhor eu comçar direito meu dia antes de buscar perguntas e respostas.
Cadê a minha roupa preferida?

O assento livre no ônibus lotado parece um presente da cidade. Aceito, obrigada. Minha memória que ainda não me presenteia, em 19 anos. Esqueci meu companheiro-tocador-de-música fora da bolsa. Mas das palavras sei que não me esqueço. Aprendo a pronúncia inglesa em 300 páginas que não abro mão de pesarem em meus ombros.

Letras, novamente. Dessa vez vividas, fora do ônibus, fora do livro. No curso, na faculdade, na literatura brasileira em Graciliano Ramos. E no aconchego dum abraço de um grande amigo, a sensação de ser lembrada se inova e se renova.

Almoço chique? Só se for a dois. Com amor. O meu amor. E com aniversariante acompanhado de convidade pagante não pagando o buffet. Um pouco deslocados, mas a massa ao molho branco tá uma delícia. Como eles sabiam que eu amo tomate seco?
Do namorado o presente vem nas atitudes, mesmo rechando a conta (e sem 10% do garçom). Olha a camisa que você me deu, lembrei de usar hoje! Se você quer, a gente almoça lá! Pode deixar, eu fico de pé-sendo-esmagado-com-o-pé-doendo-numa-boa-no-ônibus-cheio, pode sentar, amor!
Entre beijos, abraços e vontades, esqueço quem merece os presentes nesse dia. A troca sem medidas se torna inevitável. Dou e recebo em dobro. Dou em dobro e recebo mais ainda...

O padrinho distante telefona, a primeira vez em 4 anos. PArabeniza, manda presentes sem esperar nada em troca. Saudades. A sensação, o gosto.
17:30. Hora de trabalhar. Mas antes melhor atender essa ligação do meu pai. Ele, que há anos que esquecia da data ou se atrsava a lembrar, parece que comprometeu consigo mesmo a não esquecer do 13 de maio. Me dera parabéns até 4 dais antes, sem contar hoje. É, só se faz 19 anos uma vez na vida, filha, você vai ver quando chegar nos 48, 49.

Colegas de trabalho até improvisam uma velinha. Não precisavam fazer isso. E essas não são palavras de educação, de que não tinha necessidade a mim. São colegas, isso não estava no script deles.
Realmente agradeço e reconheço.

O gosto diferente aparece (ou me falta?) novamente. O dia ainda parece incompleto. Por onde estão meus amigos distantes? Olhares distraídos e mentes ocupadas demais? Enfim, melhor não me preciptar em conclusões, porque...ei, o dia já tá quase no fim!
Poucos recados de aniversário na internet. Percebo que não expus a data a público, um birthday reminder. Seria isso? Eles precisariam de um orkut da vida para se lembrarem? Eu também precisaria para lembrar do deles? Imagino que não. Pelo menos me recordo dos respectivos meses, e então pergunto a eles a data exata. Foi assim que me ensinaram. Se coloque no lugar dos outros antes de tomar qualquer atitude ou conclusão.
Mais um grande vazio nas minhas lacunas de expectativas. Mas ainda não tão vazio, pela certeza (ou não) de que um dia desses notarão o esquecimento e pedirão desculpas, assim como eu vou entende-los. Pela fé que sempre tenho nos que amo. Por ainda agradecer pelos presentes que recebi e que recebo todos os dias no ano. E por entender que, seja que dia for, não posso ter todos.

A todas as pessoas que me presenteiam todos os dias fazendo parte da minha vida.
Grazielle Ruzzante Giangiulio.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Citação

"...tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?"
- Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Está chovendo lá fora...

Está chovendo lá fora
Estou chorando por dentro

5 da manhã no escuro
Você agindo como um peixe morto comigo
Você está dormindo, eu estou pensando
Você está me dando as costas
Aqui na minha cama, você está bravo, longe de mim
Aqui na minha cabeça, você nunca está perto de mim

Está chovendo lá fora
Eu estou chorando alto
Eu fujo a pé

Perdida na rua vazia
Você devia me seguir
Mas é orgulhoso demais pra isso
Por favor, não fique bravo, eu te disse que preciso de você
Por favor, não fique triste, eu ainda te amo

Está chovendo lá fora
Eu posso entrar?

É minha culpa, eu sinto muito
Me deixe melhorar essa briga
Me desculpa, você vai me abraçar hoje a noite?

*Soko - It´s raining outside

Traduzido por mim. Porque essa letra vale a pena ler, e em inglês a maioria
das pessoas fica com preguiça. ¬¬

domingo, 4 de maio de 2008

Manhã de Inverno

E, mesmo num frio congelante, seu amor ainda é minha fonte de calor.
Que aquece a todos meus extremos.
Até o músculo mais enrijecido.
Que me aquece até os ossos.
Até meu coração amanhecido,
trazendo a esperança de um dia sempre melhor que o anterior.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

"Love is an excuse to get hurt...

...And to hurt...do you like to hurt? I do, I do. Then hurt me."

Quando se trata de amor, seja ele de que tipo for,
que atitude tomar?
Sair voando sem se preocupar pra onde, ou tentar se preservar?
Proteção ou entrega?

Ainda não tenho respostas, como sempre.

Mas sei que não perco minha fé no amor.
E, provavelmente, nunca vou perder.
Porém, tento manter minha consciência em alerta.
Consciência de que existe muita gente que não vale a pena por aí.
Gente podre por dentro, que envenena até o coração mais puro.
Talvez até o meu também tenha sido um desses.

E talvez esse corromper tenha um sentido.
Ou melhor, uma necessidade.
A necessidade da consciência, que procuro hoje manter.
Para não entrar de novo na armadilha que tanto demorei pra me desfazer.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Aeroporto Calçada da Fama

Grazi - "Olha, aquele não é o Lucas, da Fresno?"
João - "É, acho que é, mas..."
Grazi - "E aí Lucas! Beleza?" *sentada, ergue as duas mãos*
Lucas - "Ooi, beleza, e aí?" *fazendo joinha*
Grazi - "Beleza..." *retribuindo o joinha*
-5 segundos depois, sem o músico por perto-
João e Grazi - "hahahahahahahahahahaha"
Grazi - "Droga, a gente devia ter erguido as mãos e cantado 'pelo meu quarto vendo teu semblaaaante!'"
João - "Não, a gente devia ter cantado 'que seu namorado é um idiota isso ninguém precisa provar!'"
Grazi - "Okay, a gente guarda pra próxima."
João - "É, daí ele começa a ter medo dos fãs e começa a se trancar em casa tratando mal os fãs."
João e Grazi - "hahahahaha"

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Não se prenda ao principal

As vezes, a sede por respostas é tanta que sequer nos preocupamos com o valor das perguntas.

terça-feira, 22 de abril de 2008

The Freedom Writers

- " (...) They think we should be happy just because we are young."

- "If you look in my eyes, you'll see a lonely girl. If you like at my smile, you'll see nothing wrong. If you pull up my shirt, you'll see the bruises. What did I do to make him so mad? "

- "I've never had a hero before. But you are my hero."
"Oh, no. No, no, no, young man, no. I am not a hero. No. I did what I had to do, because it was the right thing to do. That is all. We are all ordinary people. But even an ordinary secretary, or a housewife, or a teenager can within their own small ways turn on a small light in a dark room."

Trechos do roteiro do filme "Escritores da Liberdade", baseado na história real do livro "The Freedom Writers Diary". Ótima história, ótimo filme.

domingo, 20 de abril de 2008

Vícios

Mais do que respostas, procuro novas perguntas.
Novos motivos para questionar o mundo e a mim mesma.
Novos obstáculos, para sempre me superar.
Novos descansos, onde eu possa respirar.

Recorto revistas sem pensar no porquê.
Esperando que, assim, talvez o nexo se forme sem eu perceber.

Observo a vida alheia como quem analisa a própria vida.
Julgo minha vida como um juiz de tribunal.

Busco nos detalhes para a vida algum sentido.
Enquanto meus pensamentos voam em direções diferentes.
É quase como um instinto.

Em cada palavra, procuro o não dito.
Procuro os sinais que me guiem à essência.
À minha. À dos outros. À das coisas.

Tudo isso num segundo.
Sem nem tirar os pés do chão.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Expectativas

Uma decepção não acontece por acaso.
Nunca apenas um lado da moeda é o culpado.
São provocadas pelas diferentes visões, ambições, diretrizes.
A culpa se encontra nas expectativas, não nas atitudes.

Ah, e se é possível amar sem esperar nada em troca, sem se decepcionar?
Se alguém souber como, por favor, me diga como.
(E aproveite para explicar por quê, ainda assim, não me canso de amar.)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Descuido

Eu vou te dizer todas aquelas coisas lindas que eu escrevi, mas na hora...eu esqueço.

terça-feira, 8 de abril de 2008

O Ruído

Uma lágrima se desprende da melancolia de seus olhos.
E o sangue pulsante de meu coração seca, só de ouvir o som de seu choro.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Lacunas

Preencha as lacunas abaixo, diz a instrução.
Mas como preencher os espaços em branco, sendo que aqueles já preenchidos chegam a sangrar procurando um significado, entre tantos que podem existir?
Hoje o sentido é um, amanhã pode ser outro.
Mesmo quando a verdade parece sólida, ela escorre como areia entre os vãos dos dedos.
Mesmo quando a resposta se mostra completa, o vazio insiste em permanecer, desafiando a contradição.
Um vazio de falsas esperanças que me persegue como uma sombra, iludindo meu coração.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Nota Mental:

Para hoje: Espirrar em todos os turistas que pedirem informação, propagando a minha gripe pro Brasil e exterior.
Para o outono do ano que vem: Tomar pastilhas de vitamina C todos os dias.
Para amanhã: Cama o dia todo.
Para domingo: Botar abaixo o Garagem Hermética, no show da minha banda (Street Cats).

sexta-feira, 28 de março de 2008

"Quem tem boca vai a Roma."

Me pergunto se o cara que uma vez disse a frase acima realmente conseguiu chegar a Roma. Porque essa frase acabou sendo um bom incentivo para a humanidade. E pra mim, conseqüentemente.

Hoje fui depositar uma grana no Itaú. Mas, aparentemente, sem conta no banco e conseqüentemente sem cartão, eu não podia entrar no Caixa Eletrônico. Acenei para os seguranças de dentro da agência dizendo "eeeeeei, eu só quero fazer um depósito!", mas os dois só ergueram as mãos como quem diz "não posso fazer nada". Grrrrrr. Inconformada, fui rodando algumas lojas ali perto rezando e perguntando por alguém que poderia ter um cartão do Itaú. Algumas 5 lojas depois, encontrei uma boa alma que me ajudasse apenas passando o cartão para permitir a minha entrada. Depositei o dinheiro, feliz da vida. Mas não dei uma olhadinha vitoriosa de "olha só, eu consigo com ou sem vocês, seus inúteis" pros seguranças. Achei que seria muita baixeza da minha parte.



Okay, eu dei essa olhadinha maléfica. Mas foi rapidinha, juro.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Airport quote II

- Oi, onde eu pago o estacionamento?
- No final do corredor, último guichê.
- Só lá?
- Sim.

(Em seguida, outra pessoa)

- Oi, onde eu pago o estacionamento?
- No final do corredor, último guichê.
- Só láááá atrás?
- Sim, mas se quiser pode rachar um táxi com o cara aí do lado, que tá indo pra lá também.

(Preciso repetir que o corredor tem 50m?)

segunda-feira, 24 de março de 2008

Are you looking closely?

"Now you’re looking for the secret… but you won’t find it… because you’re not really looking… You don’t really want to know… You want to be fooled."

- The Prestige (O Grande Truque).

Filme excelente o qual me fascinou e que me força a vê-lo de novo. Recomendo (principalmente para quem gostou de "O Ilusionista").

quarta-feira, 19 de março de 2008

Airport Quote

- Oi, onde eu pago o estacionamento?
- No final do corredor, último guichê.
- Poutz, lááá atrás? Não tem mais perto, não?
- Não, só lá, mas é menos longe do que parece.

(Detalhe: o corredor tem 50m.)

domingo, 16 de março de 2008

Precisa-se de Respostas

Por que?
Por favor, me explique.
Por que o coração usa de tantas artimanhas pra deixar a nossa mente louca?
Ou seria o contrário?
Por que apenas um momento de pleno ócio é o necessário para nossos pensamentos virarem marionetes dos nosso sentimentos?

E quem faz isso, afinal? Quem provoca minha loucura?
Quem seria que está rindo agora mesmo ao ler meus pensamentos?
Diabo? Deus? Eu mesma?

Seria eu mesma minha própria loucura?
Seria minha propriedade esses pensamentos irracionais?
Teria eu me escondido deles esse tempo todo?

Será o ócio apenas um catalizador dessa inevitável explosão?
Seria o ócio meu oxigênio, mas, ao invés de tranqüilizar, inflama minha mente?

sábado, 15 de março de 2008

Observar turistas é uma atividade terapêutica

Há 3 tipos de turista em aeroportos: o perdido, o estressado, e o feliz.
Particularmente, minha preferência é dar informações aos "felizes". Se encantam por qualquer gentileza e praticamente pedem pra dar gorjeta ou pagar pelo mapa gratuito. Eu não aceito, claro, tenho bom coração.
Os "perdidos" na verdade não fazem muita diferença, a não ser que falem inglês. Quando perguntam "Do you speak english?" e com a minha resposta já mudam para o "felizes", tudo resolvido, falaremos claramente.
Bem, finalmente, o estressado. Estressado, como disse, vejo mais brasileiros e os amigos latinos. Mal-comidas, mal-dormidas, mal-humoradas. Sim, na maioria, mulheres. Querem informação de tudo. E se não temos, já fomos obrigados a ouvir "mas tá um horror o turismo aqui no Rio Grande do Sul, né?". Okay, a gente engole essa. Pelo menos aí tem comunicação. Com o os nossos vizinhos latinos é que complica. Talvez pelo fato de ficarmos em países tão próximos eles achem que a gente deve entender tudo que eles falam. Na velocidade que for. Já reparou que um espanhol falando rápido fala mais rápido do que em qualquer outra língua? Pois é, e quando eles se estressam (com vôos atrasados, por exemplo) a velocidade de fala dobra a cada segundo. Não tem portunhol que agüente!
Por isso que gostei do turista que veio aqui essa semana. Era italiano, chegou falando espanhol, e logo partiu pra um inglês. Quem dera eu também pudesse ser tão versátil para línguas. Mas um dia chego lá.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Meu mundo reaberto pra visitação

Isso aí, agora todo mundo pode ver o que eu posto, sem mais egoísmos.

"Entre e espie a vontade" - By Bial.

Portunhol rox.

Random Quote:

- Los acessores, por favor...
- Ao lado de la puerta azul.
- Gracias.
- Que isso.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Let me light up the sky. Light it up for you. Let me tell you why I would die for you.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A Rede

Linhas tênues preenchem a vida.
Amor-Ódio
Preocupação-Desrespeito
Raiva-Decepção
Amizade-Namoro
Gosto-Doença
E talvez delimitá-las cabe a cada um.
Mas tem momentos que todos parecem imersos num mar de emoções, por onde a rede do meu coração passa sem deixar nada pra trás.