sexta-feira, 27 de junho de 2014

A incrível geração de pessoas querendo se rotular

É interessante essa onda de opiniões que tá rolando agora no Facebook. Tem espaço pra todo mundo falar, ao mesmo tempo que incentiva esse mundo a ler e se informar mais.
Mas, assim como no mundo real, não dá pra virar esponjinha.

Na semana passada, li "A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer", da Ruth Manus, e achei uma perspectiva legal. Já faz um tempo que eu vejo casamentos terminando porque o marido é ciumento e inseguro demais pra deixar a mulher voar. 
Daí ontem também li "A incrível geração das mulheres chatas", da Mariliz Pereira Jorge, e achei uma resposta justa. Porque também canso de ver umas meninas por aí que só sabem reclamar de homem, achando que só eles estão errados.

Os dois pontos de vista são válidos. PONTO. Mas nós, como leitores, temos que ter uma perspectiva que vá além de apenas duas visões ou de um só assunto. Então essa sou eu tentando ampliar minha percepção.

Sim, a mulherada tá mais livre do que foi uns anos atrás e tem muito homem se intimidando por causa disso. Mas não me parece que as pessoas tem se importado em ouvir a opinião masculina sobre isso. Será que essa geração independente de mães solteiras faz-tudo tá realmente criando filhinhos querendo esposinhas pra ficar dentro de casa cuidando dos filhos? Sério que as mulheres estão fazendo isso a si mesmas?
Por outro lado, sim, tem muita gente avulsa por aí, e por inúmeras razões que vão muito além da carreira ou do estilo de vida que as mulheres estão levando. Mas definir que alguém está solteira porque é "chata" ou que é "cool" porque tem um homem na cozinha preparando a janta, aí é muito voltar pra quarta série.

Se somos realmente uma geração de mulheres independentes ou chatas ou bem sucedidas ou bem resolvidas, por que raios estamos tentando nos definir com base no nosso status de relacionamento? E pior, porque estamos nos definindo como algo oposto ao universo masculino? 
Do jeito que eu vejo as coisas, estamos mais parecendo uma geração perdida de homens E mulheres. Sem entender ao certo o valor das coisas, tentamos grudar um rótulo enorme em cada uma, mesmo sem ter provado ou ponderado a respeito de seus defeitos e qualidades. Porque é bonito ter opinião forte sobre tudo. Porque ponderar leva tempo, cabeça e humildade.

Então antes de rotular o outro como casadinho, chato, mulherzinha ou machinho, vamo se enxergar como ser humano. Vai ver assim, quem sabe, a gente entenda que não dá pra saber o valor das coisas só pela aparência.
Tem que sentir na pele pra saber.

Texto da Ruth: http://blogs.estadao.com.br/ruth-manus/a-incrivel-geracao-de-mulheres-que-foi-criada-para-ser-tudo-o-que-um-homem-nao-quer/

Texto da Mariliz: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marilizpereirajorge/2014/06/1476515-a-incrivel-geracao-das-mulheres-chatas.shtml

quinta-feira, 26 de junho de 2014

É Bonito Ser Teimoso?

Aprenda a ler nas entrelinhas. Algumas regrinhas básicas estão implícitas por aí pra te ajudar a sobreviver no mundo.
Seja sincero sempre, mesmo se te acharem um grosso. Se não conseguir, apele para indiretas no facebook.
Tenha amor próprio. Deixe sempre que o outro corra atrás e não o ame demais.
Seja autêntico, não se deixe influenciar. Tenha suas próprias ideias, até as que não te deixam mais tão contente.
Agora, cá entre nós e fora das entrelinhas, parece que virou bonito ser teimoso. É motivo de admiração ser alguém que tem controle da coisas; que perdoa, mas não se permite esquecer; que respeita, mas no fundo mal sabe conviver; e que sabe ouvir os outros, mas nunca dá o braço a torcer.
Ao hino de "sou o que sou e ninguém vai me mudar", o ego reina sem restrições. E ainda recebendo aplausos.
Enquanto isso, em algum lugar entre sua pose rotineira e sua próxima noite de sono, sua essência chora. Ela quer ser ouvida, mas não vai gritar. Ela vai apenas continuar ali, como sempre esteve, sem nunca deixar de olhar por você.
E você, de frente pro espelho e cego pelo orgulho, idolatra sua própria imagem, mas não enxerga essa tal essência. Até porque enxergá-la significaria admitir que você não é tudo que pensa.
Mas a vida sabe o que faz. Nossas escolhas nunca geram consequências que não correspondam com as nossas intenções. E daí uma hora a máscara cai, e todo o sentimento de isolamento, de impotência e de profunda tristeza vem à tona. Você pode fugir do olhar dos outros, mas não pode fugir de si mesmo. Sua dor está ali e exige ser sentida. E quando você se permitir sentir, sua essência olhará no fundo dos seus olhos e dirá o quanto sentiu sua falta.
Não que faça parte da nossa essência encontrar tanta infelicidade. Mas às vezes a gente não vê outra escolha a não ser chegar no fundo do poço, pra daí então encontrar a força que impulsiona a nossa subida de volta.
Essa é uma força não te deixa desistir de si mesmo. Ela entende que as coisas do mundo não estão sob nosso controle. Ela compreende que o perdão é a única maneira de libertar a si mesmo através do outro. Ela sabe que cada ser é único e por isso tem um caminho único a seguir. E ela reconhece que, por mais diferentes sejamos, somos todos um só e todos merecemos a felicidade.
Essa força é quem você é de verdade. Escute-a, enxergue-a, sinta-a.
Não tenha medo de amolecer, suavizar ou mudar seu coração.
Atire as entrelinhas no fundo no poço.
E suba.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Caminho a Seguir

Ayrton Senna já pregava a mensagem: se você acreditar, desejar e trabalhar duro, o seu desejo inevitavelmente vai se tornar realidade. Mas, entre tanta crença, desejo e trabalho, são inúmeros os caminhos que podem ser seguidos. Alguns são mais suaves e tranquilos, sem imprevistos. Outros mais sinuosos e perigosos, mas por onde continuamos seguindo em nome da força dos nossos sonhos.
Toda essa jornada sinuosa fica muito poética quando já alcançamos nosso objetivo e fazemos questão de glorificar nosso sofrimento. Parece que vira lei da física: conquistas e vitórias só vem através de sofrimento e sacrifício.

Mas vai ver não precisa ser assim.
O caminho para alcançar o quer que represente a nossa felicidade não precisa ser tão dolorido. Por mais que tenhamos foco e determinação, caminhar sem olhar pros lados, sem se questionar e sem se divertir pode tirar mais da metade do aprendizado e - por que não? - do prazer que aquela jornada poderia nos proporcionar.

Não custa nada olhar pros lados para apreciar a vista ou as pessoas em volta. Só agrega valor ao caminho e, consequentemente, ao objetivo.
Se questionar a respeito do quê você é capaz de fazer pra chegar "lá" ou até se você realmente quer chegar "lá" também é saudável. Não tem problema mudar de ideia no meio do caminho; sua bagagem apenas é transferida, nunca perdida.
E faça o favor a si mesmo de arranjar motivos pra rir e se divertir em meio às adversidades. Se é pra caminhar sem alegria, melhor parar por aí mesmo.

Não estou dizendo que nossos objetivos se concretizam num passe de mágica, fácil fácil. Estou só sugerindo que esse "difícil" não necessariamente é um sinônimo de sofrimento, penitência ou tristeza.
Não adianta nada ter orgulho de seguir uma jornada se ela não te traz felicidade. Deixemos nosso ego de lado para perceber que um caminho que não alimenta nossa alma e nossa essência é um caminho sem rumo. E que, sim, a gente perde o rumo de vez em quando. 

Mas é você quem faz seu caminho. É a maneira com que você traça seu caminho que determina seu destino. Então, batalhe, corra atrás, faça acontecer. Mas também olhe pros lados, se questione, sorria. E tenha certeza de que enquanto você cultivar amor e alegria pelo simples fato de estar vivo, todos os caminhos te levarão à felicidade.
Qual deles você quer seguir?

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Se o amor da minha vida demora a chegar...

Nos últimos tempos, o assunto mais recorrente da minha escrita tem sido amor próprio, até com um certo tom de auto-suficiência. E esse seria um ótimo assunto pra falar no dia dos namorados, até porque muito do que eu escrevo é pra eu mesma ler.
Mas não vou fazer isso hoje.
Vou usar a mesma coragem tenho de superar os meus problemas para também encará-los de frente, sem máscaras.
Sim, rejeição está longe de ser o fim do mundo.
É verdade que ninguém pode nos salvar além de nós mesmos.
E claro que a maior carência que temos é pelo nosso próprio apreço.
Mas isso não quer dizer que outras vozes não existam. Existem fora da gente, nas propagandas, nos livros, nos filmes. E também dentro da gente, nos traumas, nos medos, no coração.
Tem vezes que é um sussurro, mas já é o bastante pra ecoar pelo quarto inteiro por horas.
"De que adianta eu estar bem comigo, se ninguém está disposto a estar bem junto comigo?"
"Será que um dia eu vou conseguir parar de criar tantas barreiras ao me relacionar?"
E a clássica: "Existe alguém no mundo pra mim, afinal?"
São perguntas que não pedem por respostas. Só pedem por questionamentos sem fim, noites em claro e algumas lágrimas de vez em quando.
Mas são só pensamentos; da mesma rapidez com que vem, também podem ir embora.
Eu escolho deixar eles irem.
Não é como se um príncipe encantado ouvisse as minhas vozes e viesse correndo ao meu resgate. Bem pelo contrário. Deixar esse tipo de pergunta me dominar só me traz pra baixo e afasta qualquer cara legal que pode um dia, quem sabe, talvez significar algo maior na minha vida. Se eu não gosto de estar comigo mesma assim, quem dirá outra pessoa.
Mas eu não sou esses pensamentos. Sou feita de algo infinitamente maior do que meras perguntas.
Eu me desapego dos pensamentos que me trazem pra baixo, pelo amor e pela vida que vibram dentro de mim. E mais do que isso, eu me comprometo a fazer com que eles vibrem cada vez mais, não importa quem esteja ao meu lado.
Se o amor da minha vida demora a chegar, eu escolho usar meu tempo para ser o meu melhor.
E eu escolho ser a mulher da minha vida.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Ele disse não, e agora?

Vocês estavam os dois namorando há dois anos, uns pombinhos lindos apaixonados. Até que ele disse "não quero mais", e pronto. Do topo do mundo, você passou a se sentir a última bolacha do pacote. 
Vocês estavam os dois se conhecendo, explorando o jogo e a sinceridade entre um beijo e outro. Até que ele disse "não quero um relacionamento", e deu. Da esperança ressurgindo do túmulo, o que sobrou foi só as cinzas.
Daí você estava linda na balada do último final de semana, olhando pro carinha gato no bar. Ele olha também, mas acaba chegando na sua amiga. Da confiança do salto alto, você se esborracha no chão.

No namoro, no carinha ou na balada, a pergunta não quis calar:
"O que tem de errado comigo, afinal?!"

Com certeza os homens também devem se perguntar isso de vez em quando, mas eu particularmente acho o caso das mulheres mais complicado. Somos socialmente treinadas para rejeitar, não para sermos rejeitadas. É ele que deve puxar papo, pagar a conta, convidar pro motel. A nossa posição é passiva, de sim ou não, quem sabe. Tomar um não e passar pra próxima é uma lição que os homens aprendem todo final de semana. A lição feminina fica só na escolha entre virar a cara ou tascar o beijo.

Por outro lado, para o bem de todos e felicidade geral da nação, as mulheres finalmente estão tomando mais iniciativa pra ir atrás do que querem. Todo mundo sai ganhando; as posições tem a chance de se alternarem e se equilibrarem, sem pesar pra ninguém. Mas a mulherada em geral (e eu me incluo nessa) não pode esquecer que, pra aprender a correr atrás, também tem que aprender a ganhar o "não".

Claro, com uma rejeição seguida da outra, nada mais saudável do que se questionar a respeito de si mesma e de suas escolhas. Mas não levemos a rejeição por si só tão a sério.
Sim, vocês foram felizes namorando, mas acabaram seguindo caminhos diferentes. Não é culpa sua que acabou.
É verdade, tinha tudo pra dar certo, mas esse não é o momento do cara. Não tem nada que você possa fazer.
Claro, a sua produção tá um arraso, mas você não faz o tipo do cara. Acontece.

Refletir sobre a rejeição é uma atitude que só acrescenta, desde que sem vitimização. Se questione se você é interessante, se está aberta ao novo e se gosta de verdade da pessoa que você é. Mas um relacionamento, seja ele da natureza que for, é feito de duas pessoas. Os dois devem dizer o sim. Mas se ele disser não... fazer o quê? Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima. Mas nunca, nunca deixe de dizer sim a si mesma.