segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Escrito nas Estrelas

Como mulher mulherzinha que sou, também tenho amigas mulherzinhas à minha volta.
Isso quer dizer que a gente pensa. E pensa bastante.
Sentir então... nem se fala. Dez mil sentimentos pra cada pensamento.
E muito, muito "se". Porque a gente quer adivinhar. Quer entender o que o carinha tá pensando, saber o quê a vida ainda não mostrou pra gente, enxergar o futuro que ainda nem aconteceu.
"Vou numa taróloga ótima, você devia ir também!"
Não me entendam mal. Já fui em tarólogo, inclusive esse ano, e já tive essa mania por um tempo. Mas se hoje me sugerem isso de novo...
Obrigada, mas, sinceramente, não.
No quê muda saber como o carinha lá se sente? Eu vou deixar o sentimento dele ditar como eu devo ou não devo agir?
No quê muda eu saber do que não foi mostrado a mim ainda? Será que eu estou pronta pra saber tudo isso?
E pior ainda, no quê muda eu ter uma visão do futuro? Até que ponto essa vontade de ver o futuro não está me impedindo de viver em plenitude o momento presente?
Admito, tem vezes que é tentador. Mas toda e qualquer confusão externa não pode ter o poder de confundir quem realmente somos por dentro. A clareza do que eu desejo, do que eu sou capaz e da maneira com que eu percebo o mundo... ah, isso sim me dita como agir, me mostra o que eu tenho que enxergar e me permite viver de corpo e alma neste exato momento. 
Então que venha o que vier. O quê estiver escrito nas estrelas, será.
Mas enquanto isso, escolho admirar o brilho do meu caminho que essas estrelas iluminam hoje e sempre.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O Guia Tinder - Parte 1

Como solteira, tenho percebido que há um certo constrangimento em admitir que você está recorrendo a um aplicativo como o Tinder pra arranjar um relacionamento, seja ele do tipo que você desejar.
Mas a moral é que tá todo mundo lá e todo mundo quer ver quem tá lá.
E o melhor: todo mundo ri, se revolta, se apaixona platonicamente e se inconforma muito nessa brincadeira que é o Tinder.
Então resolvi quebrar o silêncio e a vergonha pra falar das minhas impressões femininas nesses últimos 2 meses no aplicativo.
Devo lembrar que essas são observações baseadas em superficialidades, mas que nem sempre são tão superficiais. Afinal, foi você que escolheu colocar aquelas fotos disponíveis no aplicativo. Sim, você não é de verdade aquelas fotos, mas elas fazem parte do que você quer representar aos olhos dos outros.
Pois bem. Nessa primeira parte, sejam meus olhos.

A SELEÇÃO

O mãozinha: gente, 2014 chegou. Por que você ainda tá fazendo hang loose? E esse joinha com a mão? É pra reafirmar que tá tudo "joinha" pra quem ver a foto? Pra mim só tá afirmando que você não tem noção do que é atraente e interessante pra uma mulher, mas beleza.

O peladinho: meninos, parabéns pelo corpinho malhado. Mas não, vocês não ganham um like por serem gostosos. Vocês perdem uma mulher por serem exibidos e narcizistas.

O selfie-man: é verdade, tem vezes que você tá naquele dia bom do teu cabelo e vale a pena fazer uma sessão de selfies. Mas gente, pra quê ter foto SÓ assim? E por que TEM QUE ser no espelho, com o celular aparecendo e você olhando pra si mesmo na tela do celular? O narcizismo... ah, ele não tem limites.

O turista: espírito viajante com certeza faz parte do que eu procuro num cara. Mas quando todas as suas fotos se resumem a Estátua da Liberdade, Torre Eiffel ou Machu Pichu... O Tinder é teu ou da agência de turismo, amigo?

O piá: criançada, parem de mentir a idade de vocês. Esses fiapos na cara não enganam que vocês tem 25. Vão brincar de Lego.

O comprometido: a descrição diz claramente que o cara é comprometido e "feliz". Ah, jura? Você tá no Tinder, meu filho. Morre por aí.

O crise-dos-30: sou obrigada a pensar que existe algum tabu dos 30 anos, dizendo que cara de 30 é caído e gordo. Porque é justamente o oposto que eu tenho visto. O que mais tem é trintão querendo reafirmar que tá com tudo encima, delicinha gostosão. Parabéns, homem. Você ainda pensa que nem guri.

O olhos-sensíveis: o cara tem 5 fotos disponíveis, 4 delas com óculos escuros. Que truque é esse? Todo mundo fica lindo de óculos escuros, ok. Mas o que tu tá querendo esconder, querido?

O descritivo: alguém aí lê aquelas mega descrições enormes tentando definir a essência complexa do indivíduo em questão? Ou pior, alguém aí acredita em tanto esforço pra se descrever? É só o Tinder, cara. Você vai ser julgado de qualquer maneira, com ou sem descrição.

O papai: como a mulher professora que sou, admito que fotos com crianças são pontos a favor. Mas sempre fica aquela dúvida... Será que são dele? O cara já tem filhos? Foi casado? Ok, melhor ir com calma nesses pontos.

O tudo-a-ver: o cara nem é assim tão atraente, mas vocês tem todas as bandas, seriados e bares em comum no facebook. Destino, só pode. Like.

O sem-rosto: a foto do cara demora mais que 2 minutos pra carregar. Já diria minha mãe, nada é por acaso. Deus não quis que você visse. Nope. Próximo.

O the-one-that-got-away: já faz 2h que você não consegue dormir e tá mandando a centésima quinta foto pra esquerda. Daí aparece aquele boy magia, aquele rostinho que faz teu olho brilhar e crer que ainda existe esperança no mundo. E você, finalmente pegando no maldito sono, manda pra esquerda também. POR QUEEEE TIRAR O AMOR DA MINHA VIDA DE MIM, SENHOR?

A seguir: O PÓS-MATCH. Não percam.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Porto

Passei esses últimos 10 dias revisitando Porto Alegre.
E revi todos meus lugares.
Andei pelo centro da cidade, meus pés já sabendo aonde cada rua daquele labirinto me levaria. Memória involuntária.
Vi as pessoas andando em passos apressados entre as paradas de ônibus da Salgado Filho e me deparei com a minha antiga pressa. Pra quê mesmo?
Parei na frente do meu antigo apartamento, me perguntando se a pessoa que ocupava agora aquele espaço sabia do tanto que foi vivido ali. Vivido demais.
Passeei pela Rua da Praia e me perdi entre tantos segredos que a rua me contava a cada esquina. Coisas que nem eu sabia.
Parei na minha igreja branca e me pus de joelhos na escadaria. Lágrimas no rosto.
"Me perdoa, mãezinha."
"Pelo o quê?"
"Por ter ido embora. Não fui forte o bastante pra ficar."
"Tu nunca nos abandonou, filhinha. E nem nós".
E os lugares não eram mais "aqueles meus lugares". 
Justamente por amá-los tanto, escolhi libertá-los. Eles são tão especiais para mim que não merecem ser lembrados e experienciados simplesmente como lembranças. Eles são vida, força e movimento dentro de mim. Só podem merecer então mais vida, mais história, mais sorrisos.
Limpei os vidros dos meus olhos com sabão anti-memórias e passei novamente por todos esses lugares.
Outra Grazi. Outros lugares. Ainda assim, Porto Alegre.
Ah, Porto Alegre... Eternamente minha.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tatuagem

"I deep and completely accept, embrace, forgive and love myself."
É essa a mensagem que levo gravada em mim pra sempre.
E a sensação de tatuar isso foi muito parecida com o aprendizado em si. Sensações inesperadas, alguns reflexos e até um pouco de dor deu as caras; mas tudo absolutamente insignificante perto do prazer que esse processo de transformação me proporcionou. Nunca me senti tão próxima de mim mesma, nem tão sintonizada com todas as coisas lindas que me cercam.
Pode ter sido por causa de Nova Iorque. Pode ter sido pelo ano passado inteiro. Ou talvez por todos os meus 24 anos de experiências.
Não importa. O que importa é que hoje vejo o mundo com outros olhos, porque agora também sou capaz de me enxergar de verdade.
Aceitar. Abraçar. Perdoar. Amar.
Primeiro a mim mesma, e então o mundo inteiro.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Lista: Coisas Que Me Deixam Feliz

Vira o ano novo e o clichê se renova: metas e mais metas para o ano seguinte.
Nunca consigo escrever direito essas metas, talvez porque sempre sou muito vaga em cada tópico. Por exemplo, minha meta de 2013: "Ser feliz".
E quem não quer, né? Duh.
Mas os caminhos até alcançar de verdade essa meta nem sempre são tão óbvios assim. E se tem algo que 2013 me ensinou foi que eu sou a única pessoa que pode promover a minha própria felicidade. Ninguém mais tem a obrigação ou sequer a capacidade de fazer isso por mim.
Então, esse ano me inspirei numa lista da talentosíssima Carrie Hope Fletcher, tendo em mente as coisas que me fazem feliz.
Porque a gente adora reclamar.
Uma hora chega a ser prazeroso resmungar daquele dia ruim.
É mais fácil culpar a chuva que não para, o cachorro que mijou no meio da sala, o pesadelo da noite passada... Tudo isso pra justificar a tristeza, a depressão, o mau humor.
Porque nem sempre vai tá tudo bem. Nem sempre a vida vai ser bela desde o teu primeiro segundo acordado.
Mas é contigo ir atrás do que te alegra, do que te faz ser alguém melhor e mais feliz.
É você quem decide tomar aquele café da tarde. São teus olhos que param pra assistir aquele pôr-do-sol. E você que bota teu corpo pra dançar pela casa.
A felicidade tá sempre ao seu alcance. Mas é você quem estica os braços para abraçá-la.
E aí? O que você vai fazer hoje pra te fazer feliz?
Minha meta pra 2014: fazer tudo isso aí com mais frequência. E alongar ainda mais essa lista.