quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sabe-tudo

Que mania a nossa de acharmos que sabemos de tudo.
"Já passei por isso antes, sei no que isso vai dar"
"Já sofri demais por isso, me recuso a cair nessa de novo"
Sim, é verdade, tem história que se repete pra ver se a gente aprendeu a lição. E, cá entre nós, muitas vezes a gente realmente não aprendeu e, por isso mesmo, merece passar por isso de novo.
Mas nem sempre.
A vida pode mostrar muitas outras possibilidades que vão muito além de alguns dias, meses, anos de experiência. Confiando em nossas experiências e desconfiando de tudo, perdemos a oportunidade mais bela que existe: a de sermos felizmente surpreendidos.
Acreditando que estamos nos protegendo do mal, estamos também nos protegendo do bem. Uma proteção que mais aprisiona dentro de apenas o que nos é familiar, fácil de entender, simples de explicar.
E se as coisas mais interessantes da sua vida se mostrarem um pouco mais complicadas? E se você tiver que se jogar de vez em quando pra ver se dessa vez consegue chegar ao outro lado?
Vai deixar de tentar? Se aprisionar?
Ou correr o maravilhoso risco de se supreender?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Que Assim Seja.

Machucada e com cicatrizes recentes
Tudo parece estar amplificado.
Ainda assim, ninguém poderia prever tanta coisa
Em tão pouco tempo.
Tento me camuflar em feridas antigas
Mas o sentimento insiste.
Tento rezar pedindo forças
Mas a sensação não abandona.
Pelo contrário
Se intensifica.
Não me resta outra escolha,
A não ser dizer
Amém.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Não Saber

Não é saber a verdade que me dói.
É o não saber. Cogitar. Se.
Então, se quer fazer, faça. Não me deixe esperar.
Se sente, fale. Sem hesitar.
Ou cale-se para sempre. Vá de uma vez.
Porque não faço o tipo que olha pra trás.
Mas, se olho, é para dizer "obrigado, foi bom...
Adeus."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Break

Volto pra casa e a confusão não demora a chegar.
Não que as coisas não fiquem claras perto de ti.
Mas ficam brandas. Serenas.
A vida pára por algumas horas, a respiração fica mais lenta.
Cada minuto parece precioso. Você dorme, eu assisto essa paz.
Por que não podia sempre ser assim?
Por que temos que voltar aos pés no chão?
A luz invade o quarto, penetrando pelas mínimas brechas da persiana. Não há escolha. A luz vai entrar.
E nós dois vamos fincar os pés no chão.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

História-Memória

Hoje abri minha caixa de memórias.
E você estava lá.
Demorei pra te achar, é muita besteira, muita vida, muita história pra pouca vida.
Mas você apareceu. No anel que me jurou, na foto que você representava.
Sua presença inundou o quarto.
Não só a sua. A minha também. A de quem eu costumava ser, em toda aquela vida e circunstância adolescente.
É um absurdo pensar em como tudo começou.
E como tudo acabou. E seguiu seu curso.
Isso não quer dizer que "não era pra ser". Porque era pra ser sim. Nós dois tínhamos que fazer tudo aquilo. Aquilo era pra ser, mas pra ser algo diferente do que imaginávamos. Do que adivinharíamos.
Escrevo e desabafo agora tudo isso no papel. Mas não pude achar uma folha de rascunho.
Achei uma vazia, inteira em branco. Pronta para receber algo novo, começar uma nova história.
Algo me diz, e às vezes grita, que vai ser extraordinária.
Eu sei que vai ser. É parte da minha história.