segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Droga

Naqueles tempos em que a escola tentava despertar (ou, na verdade, acentuar) minha paixão pelos livros, a professora se dizia boazinha e nos dava opções de leitura. Uma delas foi o clássico da literatura adolescente "A Droga do Amor". Não li, prontofalei. Mas o título ficou marcado na minha memória muito mais do que o livro que eu de fato li.
Na época, acho que fiquei até assustada em pensar no amor como algo viciante, que as pessoas fazem de tudo pra ter e acima de qualquer consequência. "Que exagero, o amor não faria isso", pensava.
Acho que hoje entendo melhor esse conceito, principalmente quando percebo o tanto que colocamos em risco em nome desse tal de amor, até a nossa própria essência. A tal droga é a toxina que se infiltra e compromete qualquer estrutura que se coloca em seu caminho.
Mas por que ainda desejamos e buscamos pelo amor, mesmo grandinhos sem a ingênua leitura adolescente?
A gente vê por aí do que o amor é capaz. EU vejo o quanto o amor me fez passar, pra mal e pra bem.
Mesmo consciente disso, será que é só o vício que sustenta minha procura pela droga? 
Ou seria uma fé cega em um amor que não seja droga, mas que realmente ninguém conhece de verdade?
Seja qual for o motivo, essa busca às vezes me desnorteia,  como uma personagem de conto de fadas perdida no mundo real.
Mas, quem sabe, me perdendo por aí eu consiga chegar um pouco mais perto de mim e do meu próprio mundo. E um amor de verdade, nem real nem de conto de fadas, também possa me encontrar.

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