quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

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Um sentimento ambíguo toma conta de mim toda vez que volto de uma viagem.
Respiro aliviada o ar da minha cidade, mas já relembrando de como era o ar do meu destino anterior.
Fico feliz de dormir na minha caminha querida, mas já com saudades de acordar pra ver algo novo.
Minha cabeça sabe que estou em casa, mas meu coração já não tem mais tanta certeza.

O conceito de "lar" costuma ser associado com a sensação de pertencimento, conforto e até liberdade total para sermos nós mesmos. Mas quando você passa um tempo longe e em tantos lugares, ou você aprende a ser você mesmo em qualquer lugar ou aceita morrer de saudades de casa e voltar. 

Eu não voltei. E esse aprendizado me fez perceber que não existe nenhum lugar como a nossa casa, é verdade; mas também não existe nenhum lugar que nem o outro. Todos os lugares, conhecidos ou não, são únicos e merecem nossos olhos bem abertos para absorvê-los por inteiro. Descobrir e experienciar o novo é algo mágico, mas para isso é preciso estar em si mesmo primeiro. É preciso estar presente em si, centrado em sua essência, aberto a sua própria verdade, para então aceitar e entender a verdade de cada lugar.

Assim, sensação de pertencimento já não se prende mais a nenhum lugar; apenas a você mesmo. Qualquer lugar no mundo pode ser sua casa, desde que assim se queira. Por isso mesmo que agora eu escolho sentir que essa casa aqui é minha, reconhecendo que sou a mesma pessoa aqui, ali ou onde quer que eu esteja.

Pode até vir gente argumentando que eu só estou falando tudo isso porque ainda não tive um canto do mundo só meu, com a minha cara e do meu jeitinho. Pode até ser. Mas até lá, antes de pertencer a qualquer lugar, prefiro pertencer a mim mesma.

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