quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O Coração e o Verbo

Meu coração virou pedra de uns tempos pra cá, é isso?
Não sei dizer...
Ainda choro assistindo Notting Hill pela septuagésima vez.
"I'm just a girl, standing in front of a boy, asking for him to love her."
Adoro ouvir o carinha lindo-tudo-de-bom dizendo meu nome, em qualquer contexto.
"Tudo bem, e com você, Grazi?"
Fico babando nas mãos do Thiago Lacerda segurando o rosto do parzinho dele na novela das seis.
"Ninguém pode nos separar, Célia. Nunca."
Comemoro com palminhas de emoção quando uma amiga se apaixonada. E é correspondida.
"Grazi, calma. Até parece que é você que tá curtindo ele."
Mas... 
Não me derreto mais só porque um cara me trata que nem princesa.
Na verdade, ultimamente prefiro que me trate mais como mulher.
Não me encanto mais por um rostinho bonito. Me pego procurando o que se esconde por trás de cada sorriso.
E não me apaixono mais cegamente. Mantenho olhos bem abertos, quase com medo de piscar e acabar perdendo algum detalhe.

E vai ver tudo bem se sentir assim. 
A gente muda um pilar, uma parede  ou um tijolo de lugar, e toda a construção pode se transformar em algo bem diferente. 
Não tem como aprender a lição a partir de uma experiência sem gerar mudanças. E mudanças que às vezes podem comprometer estruturas de valores que aparentemente não tem nada a ver com isso. 
Mas tudo isso sou eu. Algumas certezas, umas tantas incoerências, várias contrariedades.
Até que a contrariedade se contrarie. E eu aprenda ainda mais. E mude de novo e de novo e de novo.
Sou a cada dia mais verbo e menos substantivo.

Nenhum comentário: