sábado, 7 de dezembro de 2013

"Ogros são como cebolas; nós temos camadas!"

... disse aquele ogro verde e gordo. E dou toda a razão a ele, inclusive em relação a nós humanos que passam longe de qualquer animação de contos de fadas. 
A gente se esconde por trás de muito orgulho, muita pose, muita ostentação. Mas essa fachada uma hora cai, e a gente cai junto. Tudo por causa de besteira, na real. Então levanta, mantém o queixo erguido e sai andando como se nada tivesse acontecido, certo?



Mas quando bate a crise de ansiedade ou aquela sensação de que você é a última bolacha do pacote, fica difícil ignorar nossas inquietudes, medos e dúvidas. Mas ainda é tudo besteira, certo? Não merece atenção. Então deixa eu me empanturrar de chocolate, beber até cair, perder meus sentidos e esquecer que sequer um dia me senti daquele jeito.
E, claro, você é livre pra fazer tudo isso. Pode entorpecer seus sentidos, perder a noção de si mesmo, esquecer da vida... mas teus sentimentos mais profundos não esquecem de você. Porque eles nunca deixam de existir assim. Eles sempre vão voltar a te tirar o sono.
Então, uma hora ou outra, a gente também tem que se sentir livre pra parar, mandar o mundo em volta calar a boca, olhar pra dentro e se perguntar honestamente:
"E aí, como que você tá hoje?"
E se escutar com cuidado.
"Tenho medo de ficar sozinha."
"Não me acho boa o bastante pra isso."
"Não acho que mereço ser feliz assim."
"Eu gosto de ficar triste, e daí?"
Me espanto com as respostas que meu coração me dá, que variam muito de acordo com o dia. Mas depois que aprendi a ouvi-lo, também aprendi que ignorá-lo dói muito mais.
Porque tudo bem ter medo. Tudo bem não se achar merecedor do que você deseja. E esses sentimentos merecem atenção sim. Acima de tudo, eles merecem receber a luz de aceitação e perdão que brilha do teu centro, através de todas essas camadas, a partir de quem você é de verdade. 
Você é maior que tudo isso. Por dentro, nesse centro, somos todos perfeitos. Na verdade, talvez a maior besteira esteja em pensar que somos imperfeitos; que somos os nossos medos, as nossas inseguranças ou as nossas fraquezas. Não somos. Somos o quê nos mantém de pé. Somos o quê nos faz acordar todos os dias de olhos e coração abertos.
Eu sou a minha esperança.
Eu sou a minha intensidade.
E sou a minha persistência.
Eu sou o meu amor.



Um comentário:

Camila disse...

Hahaha! Exato! Muito legal Grazi! Você é muito talentosa garota! Parabéns! Adoro ler sobre a sua percepção (bem divertida) do mundo! Saudades! Camila.