segunda-feira, 3 de março de 2014

Paixão de Prateleira

Numa dessas conversas de praia, entre casaizinhos celebrando o feriado e solteiros celebrando o carnaval, percebi que eu não era a única que não sabia rotular meus sentimentos.
"Eu gosto dele, mas não faço questão de fidelidade. Tenho carinho, mas também gosto de ser independente. Não preciso dele pra nada; mas quero quase toda hora."
Olhei fundo nos olhos da minha prima só pra confirmar o que meu coraçãozinho romântico já suspeitava.
"Prima, você está apaixonada."
Mas não era óbvio assim.
Desde o jardim de infância, sempre me venderam prontinha a ideia de paixão. Ela vem numa caixinha com um casal de mãos dadas na embalagem e tem como ingredientes principais intensidade, necessidade e loucura pela outra pessoa. Só acrescentar água fervente e esperar 3 minutos.
Mas depois de experimentar o produto algumas vezes, a coisa perde o gosto, sabe?
A novidade cansa. O gosto artificial não sacia. E o preço nunca, nunca fica mais baixo.
Pra quê comprar, então?
Se seguir todas aquelas regrinhas de jogos de amor não te satisfaz, invente as suas. Saia do esperado, reinvente seu ponto de vista.
Se fidelidade não te importa, jogue fora. Se ligar todo dia te incomoda, dispense.
O que importa é ser feliz e ter isso de acordo com o teu parceiro.
Merecemos todos nos relacionar de maneira única e individual, tanto quanto é a nossa relação com nós mesmos.
E o que vem enlatado, em filme romântico ou propaganda de margarina... melhor ir direto pro lixo mesmo.

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